Injustiça
A injustiça é amarga
E acorda o espírito
Como um café amargo
Ingrato
Azia da Alma
E sem o bom odor de seu primo físico
É ferida que supura
Com os fungos do riso e da paz do ofensor
É necrose de carne viva
Dor lancinante
Em mortal estupor
É cabelo na garganta
Que não se pode retirar
É grito na mudez da mente
Que tem no rancor seu único ouvinte?
Não, pois Alguém mais ouve
Alguém que pede a Nós
Multidão dos injustos
Que cada um suporte
Às vezes
Sua chaga cancerosa particular
Pois Ele tomou sobre si
Os versos acima
Zilhões de zilhares de vezes