Fetiche por carros

Fetiche por carros

Porque não estavam prestando atenção

A intensa prece dos carros não os comoveu

E nem os removeu das questões temporais mas

Deus inda está nas pequenas coisas, no carbono

No dióxido, no ozônio protetor, na sensação

Da alta velocidade. É preciso alcançar a auto

Combustão. Porque sua filosofia era falha

Você estava a ponto de partida para atingir

Alguma coisa. Que grande alívio saber que não há

Grandes discrepâncias entre você

E o cano de descarga. Apenas esperando um lugar

Qualquer para chegar o mais rápido possível.

Sem remorsos ou passado. Com ou sem

Alguém no controle, você se pergunta

Se tudo não passa de medo.

Para conviver consigo como se está.

Parece que só você enxerga a estrada

Que desgasta o espírito. Mantendo os olhos fixos

Na distância, onde ela se volatiza em miragem

E o resto se completa com imaginação.

Promessas no retrovisor você diz

A si mesmo. Dando o seu máximo

No acelerador. Em rota de colisão com o acidente

Mágico. Já se sente até o protagonista

De sua própria vida. Como o carro de um filme

De perseguição que ninguém recorda

De incluir o nome nos créditos finais.

Cesar Augusto Carvalho
Enviado por Cesar Augusto Carvalho em 17/04/2017
Código do texto: T5973637
Classificação de conteúdo: seguro