Fetiche por carros
Fetiche por carros
Porque não estavam prestando atenção
A intensa prece dos carros não os comoveu
E nem os removeu das questões temporais mas
Deus inda está nas pequenas coisas, no carbono
No dióxido, no ozônio protetor, na sensação
Da alta velocidade. É preciso alcançar a auto
Combustão. Porque sua filosofia era falha
Você estava a ponto de partida para atingir
Alguma coisa. Que grande alívio saber que não há
Grandes discrepâncias entre você
E o cano de descarga. Apenas esperando um lugar
Qualquer para chegar o mais rápido possível.
Sem remorsos ou passado. Com ou sem
Alguém no controle, você se pergunta
Se tudo não passa de medo.
Para conviver consigo como se está.
Parece que só você enxerga a estrada
Que desgasta o espírito. Mantendo os olhos fixos
Na distância, onde ela se volatiza em miragem
E o resto se completa com imaginação.
Promessas no retrovisor você diz
A si mesmo. Dando o seu máximo
No acelerador. Em rota de colisão com o acidente
Mágico. Já se sente até o protagonista
De sua própria vida. Como o carro de um filme
De perseguição que ninguém recorda
De incluir o nome nos créditos finais.