CELA

Caminho nas ruas e mantenho as aparências

Enquanto isso o vento toca meu rosto

Eu, o silêncio e a dor

Aprendi a subsistir com ela

Enquanto meus pensamentos mastigam minhas entranhas

Estranho jeito de se devorar!

Eu apenas desfaço o semblante descaído

Óculos escuros e uma introspecção involuntária

Uma espécie de mascara sinistra

Um animal desprezado na via

Anônimo, anacrônico na multidão.

Não posso olhar o mar e os carros cortam o silêncio

Meus passos me levam para onde devo ir

Para amplidão de um mundo doente e fugaz

Quanto custa a liberdade?

Onde posso encontra-la?

Miragem paradoxal

Imagem translúcida da minha enfermidade

Estou liberto enquanto os grilhões me mantiverem nesta cela!

Rio, 16.08.2013

jjjjay
Enviado por jjjjay em 16/04/2017
Código do texto: T5972401
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.