ABANDONO

Estou só...

Absorto em meus pensamentos,

Já não tenho muito que pensar,

Fruto desse amargo abandono,

O poço da minha imaginação secou,

Só me resta a saudade,

E nela só há tristeza e dor,

Por não poder te admirar, te olhar,

Porque meu abandono, fiel carrasco,

Minha fiel tristeza,

Não me deixa ao menos te esquecer.

Porque fui te amar tanto assim?

Porque não cuidei de mim?

Porque só você importava?

Mesmo longe te implorava, te amava,

Por não te ter sempre por perto,

Tudo foi se diluindo como vinho pra água,

À noite agonizava pedindo súplicas,

Pra esse pervertido desamparo sem dono,

Que já moribundo desse finito amor,

Fruto desse cruel e doloroso abandono.

Ricardo Nunes de Sales
Enviado por Ricardo Nunes de Sales em 29/03/2017
Reeditado em 22/05/2022
Código do texto: T5955820
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