OS APOLÍTICOS TRABALHADORES... (Ou: a hora do choro e do coro de ranger de dentes)

Essa é uma história deprimente

intitulada “a hora do choro

e do coro de ranger de dentes”...

É a história, que não é mito

dos trabalhadores alienados

autointitulados apolíticos

que viviam displicentes

sobre as políticas que se envidam

e mudam as vidas das gentes.

Eles só trabalhavam...

E só se informavam pela ótica

alienante e estrambótica

de um tal jornal nacional...

Enquanto dormiam na displicência,

não se atentavam com decência

para o tombo colossal

que o governo federal

lhes preparava, com insistência,

num projeto intitulado:

“Reforma da Previdência do Estado”...

Enquanto os trabalhadores

trabalhavam e cochilavam

para esta questão nacional,

o temeroso, tinhoso governo federal

o congresso controlava,

propondo que aos trabalhadores

(na questão, pouco ligados),

que a eles fossem negados

e retirados, de qualquer jeito

os direitos à aposentadoria

à qual, em luta de grande sangria,

tiveram, eles, acesso um dia...

Os trabalhadores nacionais

que se fizeram não-lutadores

ou cochiladores magistrais,

os quais no peito batiam

e detidamente diziam

que não gostavam de política

seriam derrotados, de forma crítica,

por não acompanharem as ações

das principais discussões

dos políticos que, de modo cíclico,

controlavam com afinco

os destinos da Nação...

Pois a história é reluzente:

aqueles que não acompanham

diariamente, firmemente

as políticas e ações

dos políticos da Nação,

estes certamente serão

pegos de sempre em sempre

no bordão das calças curtas,

pois perderão todas as lutas

ligadas aos direitos e dores

dos povos trabalhadores.

Cochilar de calças curtas

fará com que sempre se avultem,

num bem mais que de repente,

de modo bem recorrente,

o chorar e ranger de dentes

dos trabalhadores que dormiam

enquanto os políticos faziam

tudo o que bem queriam

não pelo bem da Nação

e de seu sofrido povo,

mas para atender muito bem

(sempre e sempre de novo)

o bem das grandes corporações

que dominam, sem pudores,

os direitos conquistados

des operários alienados,

denominados ou autointitulados

apolíticos trabalhadores...

(Luiz Carlos Flávio)