Ontem
É bonito de se lembrar
Que tudo começa com garranchos
Garranchos no choro
Garranchos nos passos
Garranchos na fala
Garranchos da escrita
Somos atravessados a todo instante
Por tudo que passou
Memórias tão esquecidas, empoeiradas.
Ficam latentes e se traduzem com lágrimas
Hoje somos reféns do tempo corrido
Do tempo às vezes não escrito
Do tempo presente
Do tempo futuro
O tempo passado se torna algoz, nostálgico.
E quando trazemos para o hoje
Descobrimos em meio a tantos garranchos
Nossa real essência
Nossos sonhos escondidos
Alguns até perdidos
O garrancho do ontem
É o rascunho do hoje
Que se concretiza com a mais bela letra
De desejo futuro...
Júlio Assis