Pérola

Seja uma vez

De uma bela altura

Quem o lançou não viu chegar aonde chegou

De onde se jogou; já se jogaram

O objeto sem sentimento.

Talvez nem tanto sentimento assim exista

As mãos - na última vez que tocaram - um pouco antes de arremessarem,

no instante antes de se livrarem daquele; talvez olvidassem.

Pode ser que a mão quisesse lançá-lo novamente

Sentimentos já se jogaram.

Se este que arremessou, lançasse todos os outros, e se chegassem onde chegassem

-— sem sentimentos — as mãos ocupadas com cada um; haveria de existir uma certa atenção.

A maneira simples de rodar uns dados, o jeito clássico de dar as cartas;

talvez estas mãos que lançaram-no; compreendessem a destreza de tais atividades.

Os pés poderiam, se pudessem ser feitas certas concessões.

Arremessá-lo poderia então ser um acordo

As mãos inabilidosamente lançaram propósitos

Talvez tenha sido revelado

O irrecuperável objeto.

Toya Libânio
Enviado por Toya Libânio em 10/02/2017
Código do texto: T5908044
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