Máquina
Um
Pé
Atrás
Do
Outro
Como mais um indisposto
Que assume qualquer posto
Na troca de um pouco de ouro
Na busca de um agasalho de couro
Pra suportar a fria maquinação do outro
Que se torna tão real
Quanto as engrenagens em seu rosto
Mas que destino tosco.
Mais um parafuso na grande máquina
Trabalhando em conjunto
À todo vapor
Com todo louvor
Para o grande detentor
Que vos chamam de senhor
Não, vocês não suportam por amor
Trata-se de um tratado que te faz de
Maltratado.
Como se a liberdade fosse algo errado
Quando na verdade é o grande segredo
Do porque você vive sem medo
Você não é só parafuso maquinário
Também é o prego do próprio caixão
Enterrado à sete palmos do chão
Tão seguro e confortável
Que você esquece de você
E só sobra
Um
Pé
Atrás
Do
Outro
Como mais um sonhador morto.