ATÉ O FIM

Tempo após tempo, distante,
Minha alma errante,
Parou na curva do dia,
Ficou ali, arredia,
Cismou de voltar.
Eu disse para ela,
Alma, alminha,
Pare com essa querela,
Já demos muita linha,
Ficamos íntimos do vento,
Do nômade comportamento,
Somos um nessa aventura,
Arte, vida, loucura,
No mesmo tom, estamos,
Então pare de frescura,
                   Sigamos...
Aproveitemos o momento,
Além do mais, me responde,
Voltar para onde?
O erro é o nosso lugar.
Minha alma retomou o sentido,
Deu um sorriso transcendido,
E jogou palavras no ar,
Já que é assim, Carpe Diem!
Eu em você, você em mim,
“Bora lá”, vou ter que te suportar,
                                ...Até o fim.
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NA ESPERA 
Parei na curva da estrada,
e olhei admirada,
o que havia à minha frente.
No sonho era diferente,
mas eu quis acreditar,
e segui sem nem pensar,
procurando o bom caminho,
só de flores, sem espinhos,
porque era assim que eu via
essa trilha que se abria,
para mim como um jardim.
Jardim encantado, um prado,
o Éden talvez, quem o sabe
se é mentira ou verdade.
Tudo pode acontecer,
deixemos a vida correr,
livre leve, solta, louca...
Melhor é calar minha boca,
         ...e esperar para ver.
HLuna