... E A REVOLUÇÃO?

Quero esquecer o mundo por enquanto,

Deitado na poltrona reclinada,

Nos braços da mulher que me ampara.

Quero rasgar suas vestes e cobri-la de amores.

O que excita a alma é o melhor do corpo.

Minhas tolas, queridas, infames:

Mulheres do mundo, mulheres de todos.

Esquecem que tenho

Amor vazando pelos poros e

Conheço sonhos e perversões mil.

Tenho carências que mostrar,

Súplicas que pronunciar.

Mordo os lábios ao pensar em dizer:

Não acharei ouvidos, não se atreverão a entender.

Passarão, passarei, passarinho.

“Larga disso, homem!”,

Gritos de Deus ao pé do ouvido.

Tudo pensado em minha cabeça:

Universos, cores, prazeres e, sim,

A urgência de dizer que sinto e que

Perco a mim mesmo na boca de alguém.