Quem me dera II

Quem me dera que eu fosse

Uma canoa de tronco.

Levando e trazendo peixes

Gente e coisas.....

Dormir ao relento como dormem

As canoas, sem nenhum drama

E envelhecer bem devagar...

Como envelhecem as canoas.

E um dia sem mais serventia,

Morrer aos poucos emborcada

Na beira do rio

E ainda servir de brinquedo

Às crianças ribeirinhas.

Até finalmente

Me reintegrar ao chão da mata

De onde um dia saí.

De José Alberto Lopes - jan. 2017

José Alberto Lopes
Enviado por José Alberto Lopes em 29/01/2017
Reeditado em 15/08/2017
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