Depressão Poética XII

Desertor

Deixei que escorressem em mim
As noites e as chuvas de Março
Que Abril se anunciasse próximo
Que me fizesse homem na carne
Indistintamente desertei da jovialidade…

(…)
Os rios correm apresados no voo das aves
Essa que regressam e povoam os beirais
As noites encurtam-se nas palavras ditas
Gemido da madeira, corpos que se enrolam
Folgam as roupas, odores que se libertam…

(…)
Queria ficar, mas este nunca foi o meu lugar
Enclausurado nas paredes do meu cérebro
Viajo por amores indistintos das faces
Dos corpos que nunca desejei serem em mim
Pertença absoluta da vaidade coleccionista…

(…)
Desertei de mim mesmo na Primavera
Após o vislumbre absoluto
Que que o Verão da vida
Iria chegar!
Alberto Cuddel
Enviado por Alberto Cuddel em 25/01/2017
Reeditado em 25/01/2017
Código do texto: T5892007
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