NUNCA MAIS SERÁ

NUNCA MAIS SERÁ

Tomara que você não se sinta um paleáceo.

Seco pronto para virar cinzas e no ar sumir...

Não ter os haveres para realizar seus planos

E em pouco tempo o seu haver ira se acabar...

Passar um dia chuvoso paleando o seu futuro

Montar metas onde não há mais esperanças

Paleado de assuntos a ser resolvidos... Como?

Dinâmica de achar o que é urgente e importante,

Mas no domingo chuvoso só há metades em mim.

O amor escoa com a chuva pelo ralo embarreado,

Bloqueios impostos, não querer nada mais fazer,

Mas ai resta você, por que acredito em você...

Eu sou sensibilidade e namoro as flores que vem,

Converso com cães de rua e gatos ladrões... e...

E você não crê em minhas asas que voava ao sol,

Nem no meu poder de Peter ou de Pan ou ave,

Mas isso deve ser algo estudado em paleantropologia

Quando os deuses eram vendavais e eram trovoes...

Não vejo mais objetivo ou metas em minha vida,

Apenas queria não ter vínculos e falar um grande fui!

Não tenho urgências, pois estão todas mortas e sós.

O importante é cumprir a maldita missão e dessa sair.

Rever o passado é ver felicidades em pequenas pinceladas,

Criança dislexia, disfônica, violentada e maldita, morte a ela!

A solução é fechar os olhos e cantar uma canção... Triste?

Não sei mais o que cantar, nem sei as flores que plantarei,

Olhar o passado e ver que tudo eram barro e cegonha feia,

Cegonha que está sendo dizimada pelo rebanho bovino...

Não há uma oração para salvar o meu coração que era tudo,

O tudo era eu, você e nosso amor fosse como ele fosse,

Mas hoje a oração são palavras jogadas numa dispensa escura.

Não tenho metas, não tenho oração e não tenho mais emoção,

Vesti um escafandro e me maquiei de palhaço ou bobo da corte,

No escafandro cheiro meu peido e mesmo enojado... Sorrio

Sorrio? Eu sorrio? Não lembro, mas como conjugar os verbos,

Quero cumprir minhas metas nem que seja lentamente fatal,

Que seja diagnosticado como um acidente de um destino...

Mas no meu coração quero apenas ir embora e sair voando,

Morar num umbral e virar lama fétida de bilhões de outros,...

Dou risadas e sou social, mas cada dia que passa... Hermético

Hermético, selado, enigmático, mas todos leem minha face,

Face maquiada e com mascara atrás de um escafandro belo...

Meu coração e minha alma é sertão. Seca e está tão paleáceo,

Meus haveres são sempre planos “Bs” e cadê o plano “A”?

Não me dou o haver, pois o meu interior virou o meu país,

Na oficina de metas para o ano vindouro a autodestruição,

Não falar disso na dinâmica, pois todos querem somente o bobo,

Cadê sonhos? Cadê a vontade de viver? Cadê o meu amor?

Saio a cada dia mais de minha vida, sem emoção e sem razão...

Nunca mais serei ou nunca fui feliz... Lembro-me da criança triste,

Do balão de ar preste a estourar e virar lixo que foi usado...

André Zanarella 22-01-2017

O haver = crédito. .

Os haveres = bens.

Paleantropologia ==. Antropologia do homem primitivo.

Paleado = Paleado vem do verbo palear.

Palear = conversado, divulgado, manifestado.

Paleáceo = Que é da natureza da palha.

André Zanarella
Enviado por André Zanarella em 22/01/2017
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