Um dia

Viu tanta tristeza nas ruas que foi descansar não poeta

Deitou-se a contar estrelas e o sono da paz nunca que vinha

Enquanto as contava, apagava-as uma após outra, muitas

Não foram as mazelas que riram no dia de ontem, as alegrias.

Sons, devaneios, desvãos e lá se vão os sorrisos de antes

Hoje, talvez, a amargura destempere a poesia, que grita

Amanhã, quem sabe, os olhos se arrombem de manhã

e o mundo gire como um carrossel que flutua em música.