Silêncio Inverno
Não sou de calar, não paro em vãos instantes,
mas o frio está no ar e flerta comigo,
cessando minha intenção e mostrando
um gelado vazio
que não me deixa
sentir a vida lá fora.
Tudo é vão...
Sinto-me atraído por desejos
que não passam de invenções escritas
para me entreter sem sucesso.
E meu talento parece não existir.
Páginas de incompreendidas experiências
parecem não virar e insistem em passar
pelos olhos da minha visão.
E o preço delas quem pagou fui eu.
Vejo-me cercado por meus erros
e tantas coisas que me confundem
e paralisam meus instintos
num entorpecente congelar.
Mas sempre me guiei pelo vento,
sempre me apeguei à ideia
de que para todo o inverno que chega
nunca faltará um sol para dispersá-lo.