Pio da coruja (sexta feira 13)

Na calada da noite no recanto

No cerrado, pia a garatuja coruja

Será má sorte em um quebranto

Ou só canto num canto da azaruja

No enrugado horizonte sombrio

O som dos ventos varre o silêncio

O pio da coruja num cavo assobio

Rasga a noite num fado suplício

Assustada a coruja sai em revoada

Avultando as sombras na lua nua

Desenhando no céu a alma penada

Que na noite vaga leve e ingênua

É clamor de um perdido de azar

A coruja piando na noite escura

Ou então tão somente clamar

Saudade num brado de amargura

(Nada, é só o pio da coruja no ar,

no cerrado, sem agrura)

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

Sexta feira 13 - 05/2016, 05'30" – Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 13/01/2017
Reeditado em 08/11/2019
Código do texto: T5880579
Classificação de conteúdo: seguro