Quebra

Sou um fanático das correntes,

com uma simpatia volátil e inconsequente.

Basta que eu sinta a ausência de parentes,

saio em busca de novas almas para enfiar meus dentes.

Fujam todos os desgostosos,

os amargos e os azedos!

Pois minha carência hoje é de filósofos,

e não de ovelhas e bezerros...

Minha emboscada não se arma sozinha,

sem ajuda da curiosidade, a vítima não irá sair da linha,

se fugir, jamais volta, saindo por aí falando abobrinha,

mas se cair, como saberia? você não é adivinha...

A corrente assim é atada,

Não as crio para serem quebradas,

mas durante o fluxo, posso tomar muita porrada,

e um reles deslize, faz a vítima ser libertada.

Quando a vejo se libertar,

com suas risadas ácidas a me debochar,

puxo forte minha corrente, tentando me desvencilhar,

mas ela apenas se estica, fazendo a vítima sangrar.

O sangue sai púrpura brilhante,

e o grito deveras excitante,

Mas o tesão acaba quando me dou conta há sempre mais de um vigilante.

retorno assim, a minha antiga vida, de um demônio repugnante.

Heitor Roman
Enviado por Heitor Roman em 12/01/2017
Código do texto: T5879348
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