É natal!
O cheiro do pequi
Confunde-se com
O cheiro dos carros,
Com o cheiro dos mendigos,
Com o cheiro do mato,
Com o cheiro do novo das lojas a gritar:
Eu vendo mais barato,
Dez vezes sem juros,
Cubro o preço da concorrência.
Os transeuntes pra lá e pra cá
Sabem apenas que precisam comprar.
Chegou o natal!
De natural nesta data
Só o pequi com seu cheiro doce
O resto tudo é confusão.
Aconselho não acreditar
No discurso do papai Noel
Vestido de vermelho.
Vermelho sangue dos sonhos destruídos
Pela ilusão do voo das renas.
Afinal, é natal!