A tua frustante avidez
Eu vejo hoje a tua avidez,
a avidez que eu tanto amava,
que eu tanto venerava no seu andar de fogo!
A avidez que poderia reconstituir toda a minha ânsia,
meu deleite e meu desejo
que a teus pés joguei sem medo.
A avidez que hoje não invejo mais,
mas repulso cá por dentro,
que assisto e repudio por percebê-la ora estática!
Desde então, não mais caminho com passos fortes,
mas apenas ando com cautela,
com medo de esbarrar mais uma vez numa dessas pedras.
São pesadas, mas sem significado e sem profundidade.
Sem mistério, nem simbolismo,
nem além do seu elementar...
São apenas pedras!
Que, é certo, podem matar pessoas
mas, no mais, apenas as obstam de passar.