Minhas celulas não precisam de suas drogas

Algo queima a minha frente

e não é apenas a ponta de um cigarro

Mero convidado

A outra madrugada sozinha

Andarilhando por minha mente

Deixando passar alguns sinais de ansiedade

E receio

Respiro com dificuldades

Há muita fumaça no céu de minha garganta

Eu não ousaria procura-los

Remédios

Ousaria-me atacar

À minhas células regadas

A esperanças vagas

Com algo pior

Tão pior

Do que aquilo que me condenas

Me maltrata

Doente

Doente

Doente

Tão doente pra vocês

Tão doentes pra mim

Ora poderia!

Atacam-me as ideias inofensivas

E ao machucar-me

Dizem que poesio ideias fictícias

Ora poderia

Poderia eu

Driblar pistas

De que falta asfalto em meu coração?

Em minha alma

Onde satisfação

Só vem de tudo que me tira

A calma

Acalma estes olhos

Que ardem

Avermelhados

Ou pelo trago

Ou pelo descaso

De ter tanto pra gritar

E só ouço

Em declínio

Tu gritar!

Gritas-me a ouvidos que não existem mais!

E deixe meus neurônios em paz

Eles não precisam das tuas drogas

Não precisam

Que deixem-me incapaz

De guiar meus remorsos

As alegrias

OS DESTROÇOS

Os destroços...

De alguém imerso

Em perigoso teto

Onde sua cabeça

E seus olhos

Procuravam qualquer bote salva vidas

Pois o mar estava congelando

É novembro

Mas ainda sinto o frio.

Por que devo remediar células físicas

Se é meu espirito

Que apaga a luz do quarto?

Carmen Tina
Enviado por Carmen Tina em 24/11/2016
Reeditado em 24/11/2016
Código do texto: T5833558
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