Lado Negro

Animal é um corpo que cai.

imutável morte.

do manto da sorte.

imensurável tampão

de serpente.

Bebo da água

doce e ardente.

Cheiro o verso

do universo.

Carrego o soldado

e o tenente.

O inimigo fatalmente

e sua corrente.

Fujo da fuga onde

anjos caídos sentem

o seu somente.

Profecia baixa de

estrada abandonada.

Remada e macabra.

Profecia da ciranda

do abracadabra.

De nina suína e

bambina.

Meu fatal meu banal.

Santos velas...

Jerimus.

Profecias que enganam

a água de lavar o pensar.

Inundam cutucando.

Inundam incendiando.

Os versus do preditando.

O miúdo do surdo.

O penar da coruja.

O acender do abajur.

A falta de absurdo.

O sino do avesso.

O fim do contexto que

finca sem findar.

O que escraviza o medo e

seu joelho.

O beberrão sarcástico.

O fedor fodástico.

A sucata distorcida e

falida.

A saudade dolorida.

O pedaço de chão no

buraco negro da imensidão.

O imperfeito da imperfeição.

A nobreza da clareza

e sua frieza.

O lar da escuridão.

E sua alteza.

Diego Porto
Enviado por Diego Porto em 23/11/2016
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