Realidade

Lembrei-me de uma história antiga

De uma mera fadiga

Que o vento levou

É fuga invisível

Deslizando no tempo

Lá no relento

Que a brisa deixou

História contada

Um tanto inventada

Que males já traz

Repleta de erros

Detrás dos desejos

Antônimos de paz

É criança sofrendo

É pobre gemendo

É barraco caindo

É vírus fluindo

São rastos apagados

De homens calados

Que os donos do destino

Aniquilam fingindo

São sonhos voando

Casais separando

Miséria expandindo

E políticos mentindo

É violência na esquina

Gente vivendo de faxina

São bêbados nas calçadas

E mulheres mal amadas

Os jornais não param de anunciar

Que de insônia sofre a realidade

Arrombaram a tranquilidade

Mortos de todas as idades

Por balas perdidas

Pessoas feridas

São vítimas do tempo

Paradas agora num canto debaixo do chão

Oh! Vivo uma agonia

Repleta de melancolia

Mas o que consigo ver a cada momento

É um enorme tormento

REALIDADE NUA E CRUA

Sonhos que veem e que partem

Resta-me acreditar

Que ainda existe um lugar “Onde o amor lá está”...

Escuto-o e perco-o na imensidão da minha imaginação

Que o sentimento é cego

Caminhando com seus próprios passos

Guiado pela noite escura

É célere, incomodando e cercando gente imprudente, apanhadas de repente.

Há vítimas sofridas

Homens sem terras

Países com guerras

Que choram de dor

Mães silenciosas

Rés criminosas que as filhas “matou”

Uns ganham milhões chutando bola

É criança sem escola

Outras cheirando cola

Marginalizadas pelas ruas

Vivendo semi-nua

Dói essa realidade crua

Só resta calar

E fingir que não ver

O preconceito crescer

E a inflação aumentar

Desse jeito não dar

Realidade produz cicatrizes profundas e marcantes

Que amedronta os habitantes

Na TV diz que a gasolina subiu e o salário caiu

Realidade muda a tua face

Se não o povo morre

E o tempo passa

E a VIDA perde a GRAÇA!

Meire Cavalcante, Minaçu/GO

Meire Cavalcante
Enviado por Meire Cavalcante em 04/10/2016
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