MAQUIAGEM (EC) Pintura íntima
Pudesse menos sofrer e saber mais
Sentisse emoções mais viscerais
Não se perguntasse “como estou”
Não repetisse jamais o mesmo show
No úmido rosto abrisse um sorriso
Fizesse o dia a dia de improviso
Tivesse alguém pra lhe proteger
Seus amores nem desfazem a mala
Solitária no seu quarto e sala
Queria mesmo é ser... ou não ser
De que adiantou adorar guru
Sem entender o que dizia o sábio
Coloriu cabelos do roxo ao caju
Verde, vermelho, negro no lábio
Batizada ao som de sinos
Hoje... todo tipo de desatinos
Meio Bela, meio Fera,
Meio Bruxa da maçã
Na insônia se desespera
Galo já canta outra manhã
Ah! Como queria um Mecenas
Por segundos perde a calma
Dúvidas cutucando a alma
Será que a vida vale as penas?
Distrai-se em exímia desenvoltura
Sombra, rímel, a necessária pintura...
Reflete no espelho facho de luz
Olho no olho sem nada esconder
Máscaras!... como sem elas viver?
Suaves mentiras ocultam a verdade
Escondida de sua intimidade
Por via das dúvidas o sinal da Cruz
Uma piscadela para seus orixás
Pronto! Suspira um instante de paz
E sai... Driblando devagarinho
As pedras surgidas pelo caminho
Murmurando uma ladainha sem fim:
Vida! Minha vida! O que fizeste de mim?
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Este texto faz parte do Exercício Criativo - Pintura Íntima
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