O que não foi

Sinto em espasmos a dor do que seria!

Do que teria sido, linda catedral de póstumos viveres...

Aqui e acolá eu sinto teu perfume, a tua rota ingrata

Sinto teu toque, assaz bruto, às vezes perene...

Meu bem, quando recobrares a consciência,

vede que percebo a cada instante a tua ausência.

Vede que atento a cada gesto que aceno, que procuro, que escrevo...

Ouve este choro que te diz, ouve a furta voz que te alcança!

Não sei, ao certo, onde chego... nem se chego...

E quero um dia entender onde o tempo transviado nos buscou!

E achou! E esqueceu! Não tentou, e cedeu!

Na dança das horas, meu bem, sinto a vida passar e não chegar.

Eduardo G Silva
Enviado por Eduardo G Silva em 25/09/2016
Reeditado em 28/09/2016
Código do texto: T5771604
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