O que não foi
Sinto em espasmos a dor do que seria!
Do que teria sido, linda catedral de póstumos viveres...
Aqui e acolá eu sinto teu perfume, a tua rota ingrata
Sinto teu toque, assaz bruto, às vezes perene...
Meu bem, quando recobrares a consciência,
vede que percebo a cada instante a tua ausência.
Vede que atento a cada gesto que aceno, que procuro, que escrevo...
Ouve este choro que te diz, ouve a furta voz que te alcança!
Não sei, ao certo, onde chego... nem se chego...
E quero um dia entender onde o tempo transviado nos buscou!
E achou! E esqueceu! Não tentou, e cedeu!
Na dança das horas, meu bem, sinto a vida passar e não chegar.