Apaixonei-me

Estive à mercê do acaso. Eis que me aparece, após alguns anos, uma nova estranha para amar. Como nos dias de escola, apaixono-me por uma colega de estudo, e como manda o roteiro, precipito-me. Anseio pelos carinhos trocados sob a penumbra do crepúsculo, anseio pelo toque macio dos lábios de verão, anseio pelo frio na barriga e pela batida de asas do coração; anseio, anseio, e sou pura ansiedade. Eis que, como de costume, espanto minha chance de redenção; pelo afã da redescoberta da paixão, corro em direção ao oásis e o soterro pela exorbitante excitação. Uma semana após reconhecer-me derrotado, estou relativamente curado para seguir sozinho pelo mundo, aguardando a próxima desilusão.