Falsas palavras

Verdadeiramente escrevo falsas palavras

Minto verdadeiramente sobre o que sinto

Palavras arrancadas a ferro quando as lavras

E cultivas os sentires ausentes de ti, minto!

Sob o céu ensolarado de Dezembro, chove

Nem folha, nem pedra, a brisa nada move

Sorris na morte, palavras tristes que choram

Janela aberta, casa onde as virgens moram!

Perdi-me de ti, saudade de te ter a meu lado,

Ardo em desejo, eu longinquamente choro

Em tempo de paz, para quê a arma soldado!

Choro os beijos dados, na tua palma da mão

Sorrio às tristes paredes da rua onde moro,

Triste virgem minha dos cânticos de Salomão!

Alberto Cuddel®

In: Palavras que circulam - XIV

Alberto Cuddel
Enviado por Alberto Cuddel em 10/09/2016
Código do texto: T5756241
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