nó...
Pés e mãos atados,
por inúmeros nós do tempo,
por números eu´s impostos,
por nós, laços passados,
por marcas, não posso desatá-los.
Estou de mãos e pés atados,
mesmo sabendo que há algo que destoa,
que desbota uma aquarela tão bela.
No íntimo ouvi sussurros,
que de tão quieto, se fez mudo.
Não posso decidir o caminho,
não posso pintar o destino,
posso apenas distribuir rosas,
amor em pétalas perfumadas,
sem sequer decidir qual direção,
o vento haverá de sopra-las.
Enfrentando internas batalhas,
com pés e mãos atadas,
resta o que o senhor me ensinou,
com a certeza viva,
de que em suas mãos o senhor amparará,
e se preciso for, carregar ele irá,
pois não há tempestade infinita,
que se compara ao cessar do criador.
Colorir, florir, a cinza cor,
por imenso amor,
o autor e criador,
único e essencial pintor,
assim o fará.
...depois...
prosseguirei,
de mãos atadas,
vestindo farda,
feliz e certa de que é por ele e dele,
as guerras travadas.
12/08/2016
Campinorte