Vidraça
Não, eu não sou de vidro.
Mas, vocês são cegos?
Míopes? Loucos? Cruéis!
Não, eu não sou de vidro,
mas é claro que eu também me quebro
E sangro, e morro, e grito!
Entre o céu a Terra e o inferno,
Existem teorias, teoremas, filosofias
Correntes que nos aprisiona.
Não nasci amordaçado.
Mas correspondo a todas elas!
E ninguém, ninguém me compreende.
Para quê? Se tudo o que faço é
Conflituoso e não carrego no peito
um coração a prova de balas, de armas?!
Meu grito pode ser contido,
Mas, não deixa de ser um grito.
Não, eu não sou de vidro miseráveis,
Mas eu também me quebro, e sangro
E morro. Porque....
Entre o céu a Terra e o inferno,
Há sempre um bastardo com
Um grito de Socorro contido no peito.
O mesmo peito que julgam não bater
Um coração. Mas que reconhece quando bate
E aprende quando apanha!
_ H. M. B _