Bola de Neve
Bola de Neve
De: Héryton Machado
Volto a falar sobre os demônios.
Eles não me deixam em paz!
Eles continuam dançando
em minhas costas e celebrando minha
Derrocada, demonstrando poder e manipulação.
Volto a falar sobre os demônios.
Porque eles eles são como e vêm
como bola de neve, crescendo á medida
que vão me envolvendo em suas teias
e seus pactos e vudus!
Volto a falar sobre os demônios,
Porque eles são e vêm como feras
Devoradores de carne humana fragilizada
pelas circunstâncias, oportunidades e consequências da vida.
Volto a falar sobre os demônios.
Porque eles almejam meu corpo,
eles almejam consumir minha consciência
ambulante, gótica, mórfica, híbrida e moralista
Que não sabe o que quer.
Volto a falar sobre os demônios,
Só sobre os demônios, demônios!
Nada mais que demônios...
Maliciosos. Desgraçados demônios
que insistem em dançar em minhas costas.
Volto a falar sobre os demônios.
Que insistem em Valsar, sapatear, fazer
Passe-Double, jogar capoeira e Sambar
em minhas costas que um dia foram santas.
Volto a falar sobre os demônios.
Malditos demônios que me atormentam.
Dissimulados demônios que me atormentam,
sem um pingo de compaixão. Afinal, são demônios!
Agora. Agora eu quero drogas, droga
pra me livrar desses malditos demônios
que insistem em me manter nessa infinita
bola de neve e me pregar numa cruz,
feito Cristo, sem direito a água, pão.
Apenas circo, redemoinhos e maldição!
_ H. M. B _