Macumba Macabra

Macumba macabra

Luciana Carrero

Havia um poema preso

Costurado na boca do sapo.

Era um sapo magro

Era o poema obeso

Que rompeu o sapo num rasgo

E libertou-se no espaço.

Chegou o buraco negro

Sugou o poema e o sapo.

O tempo mal humorado

Costurou o sapo e o poema

No buraco negro, que pena.

Segue o poema costurado.

Quem era o sapo rasgado?

Era só um poeta, afinal.

Menos mal.