sem prumo

pai, repete aquele

verbo para que eu lembre,

porque essa ruela infame

me enche de dor. meus irmão

chora o sangue que já

não cabe em seus pulmões,

esse rio, pai, tão lacrimoso,

tantos homens já afogaram

em suas águas, o redemoínho

de tédio não alimenta o sono

dessas horas, queria tanto, pai

o teu charpe de amor, o teu

abraço de pele, as escadarias quase

nao sobe o morro nessa época

e ruivo e grito, quantos quartos

ainda a entrar, quanta vida ainda

vamos perder nesse desvario

que encanta os homens sem prumo

Alex Ferraz Silva
Enviado por Alex Ferraz Silva em 02/07/2016
Código do texto: T5685719
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.