Você sabe quem eu sou

Passara a vida inteira

Enganando-se

Subjulgara vidas humanas

Construira seu Império insano

Vivera sua vida bravamente

Enganando-se

Agora, imagina

Que será coberto

Com todo peso de seu ouro

Mas será apenas protegido

Pela tampa do caixão de mogno

E a poeira do caminho

De seu caráter

Miseravelmente torto.

Se acreditou que,

Em outra vida

Teria mais uma chance

Que poderia consertar

Os danos de uma ganância infame

Sinto em lhe dizer

Eu sou o fim

Esse frio que sobe pelas pontas de seus dedos

Essa dormência em seu pulmão

Que lhe causa medo

A falha em seu coração

Que pra mim

Faz parte da decoração

Quem sou eu?

Sou a irmã da ganância

Tia, em primeiro grau,

Da avareza, mas

Por favor, não me confunda

Com a tristeza

Sempre lhe prometi a alegria

A baixíssimos juros

Agora estou eu aqui

Cobrando-lhe esse montante obscuro.

Sim, eu sou o teu fim

E não há nada,

Que me dê mais prazer

Do que acender meu charuto

Servir a minha dose de bourbon

E quando meu último trago sorver

Assistir você morrer.

Márcio Filho
Enviado por Márcio Filho em 17/06/2016
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