Pau de canela

O perfume da canela ganhava a casa

Todos os sentidos se descobriam vivos

O calor do forno aquecia a tarde de outono

E a poesia a tudo habitava:

casa, sentidos, tarde e saudade.

Porque o condimento do oriente

tinha poderes de navegação

Tirava as cascas que revestem os pensamentos

E reduzia a pó qualquer insignificância.

Tudo era expressivo.

Havia um arbusto inteiro de sensações

naquele pau de canela sagrado.

....

Os céticos que me perdoem:

Se a canela não prova a existência de Deus,

é a cabal evidência de Sua sabedoria.