Memórias
Quando sentado em silêncio,
De qualquer forma, apenas observo,
A beleza mais sutil que exala,
Natural como o amanhecer,
Permaneço apenas a ver;
O sofrimento sobre mim, esvai-se
Por um momento, mantendo-me inteiro,
Permitindo sua sensualidade vencer,
Isso que cresce dentro de você,
Tão suave, belo e real,
Como poder-se-ia resistir,
Ao que você nasceu para ter?
Mais natural que o anoitecer,
Algo fácil de encontrar em ti,
E deverá eterno permanecer,
Talvez a própria natureza more ai?
Espontânea mostra o que nunca terei;
Anestesiado por seus movimentos,
Sensual na totalidade do viver,
Me impedindo de sofrer sem perceber
E quando parto novamente,
Para a escuridão do meu ser,
A memória em que me perco,
É aquela de que nunca poderei ter.