Que trago viva!

Estou completamente desnuda neste vazio da alma

Estou despojada de todos os sentimentos e alegrias.

Meus olhos já não comportam lagrimas para mendigar

Os pedidos embaçados em resoluções que fogem

Ao vento inútil, que não diz uma pobre palavra sequer.

Meu pensamento também inerte, já não faz jus ao amor

Perdido neste vazio de dias inúteis e frios, em que vivo.

Num aguardo de uma noite simbólica e amena para a cura

Das aflições estonteadas, em caminhos desviados sem tom.

De paradeiros fieis e incontestáveis do amor que perdi

Ainda num passado remoto embalsamado, em sofrimentos.

Aniquilando e dilacerando a alma pura, que trago viva!