Dualidade

Oh fado, oh cerrado!

Chorei nostalgias calado

Tortuosa em ti a emoção

Trouxeste comitiva e solidão

Terei lembrança toda vez

Ao ver secura, ver nudez

Dos campos e sua rudez

Ah! Como conter o desejo

E o displicente lampejo

Do ávido adeus, sem pejo

Apenas sonhado despejo!

Oh fado, oh cerrado!

Encantado e desencantado

Magia de mato encurvado

Em ti sou dualidade, atado

Quando eu me for, enfim

Num novo início ou no fim

Terei e não terei saudades, sim...

Oh fado, oh cerrado!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

janeiro de 2016 - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 19/01/2016
Reeditado em 31/10/2019
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