BANQUETE FINAL

E agora? Não resistiu a limitação biológica nem suportou a pressão social; até pouco tempo era química e movimento. Nesse exato momento, parou de movimentar e já começa a se desintegrar; parou de sonhar, cessou a lida; acabou de acordar do sonho da vida!

Subitamente desligou-se do mundo venal; a multidão desta cidade saberá do seu final, pelo clamor estridente do sino da catedral. Acabou a confusão, agora jaz na solidão; pelo menos não sofre mais a pior das solidões: àquela que sentia no meio das multidões.

Deixou de ser um estorvo à previdência social, Agora é só um corpo mal assombrado, é mais um excomungado do convívio social. Mas ainda lhe resta um ato: último ato cerimonial. Sera recebido por dez milhões de vermes que os celebrarão com um réquiem num banquete final!
Ton Poesia
Enviado por Ton Poesia em 19/01/2016
Reeditado em 26/01/2016
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