Minha Caligrafia

Quero escrever sobre tudo

Tudo que penso e sinto

E é com a minha própria caligrafia que me atrevo fazê-lo

Sim! Escrevinhar sobre o amor

E dizer que o amor é sagrado

Tão sagrado quanto é aquele que É

Riscar o lápis no caderno sobre a justiça

E dizer que justo não é apenas aquele que carrega esse nome

Mas aquele que toma um susto quando se acha injusto

Quem sabe, me posicionar sobre o racismo

E dizer que a raça do homem negro é vermelha e assegurar que a do branco também é

Pois é a cor que bomba o coração de todos e corações apaixonados aproxima

Quero me atrever sobre Deus pensar

E com as letras dizer que Deus esteve entre nós e conosco ainda está:

No órfão que quer pão, na viúva sem uva, no camponês sem cachê e no maltrapilho andrajoso

Me posicionar sobre a África

E garantir que a África dos africanos é diferente

Pena que nas telas reducionistas do mundo, tão pouco dela sobrou

Quero tanto insculpir palavras

E me poupar das fronteiras da palavra falada ao som

Na escrita palavreio com liberdade

Ah... quero, sim, escrever sobre o que penso

Com a minha própria caligrafia, eu preciso

Quero estar em paz com a consciência