Prisioneiro deposto (releitura de 11/4/13)

Já rodei pelos vis bares e espeluncas loucas da vida;

Em puteiros faceiros falidos com mulheres musas de esquina.

Já me vi na latrina latente e na obscuridade incurável do ser;

E seguindo cegando nas vozes o que na pena precisaria fazer.

Mas no corpo absorto e na alma encalma tão visível ameaça,

Cicatriz do aprendiz que se estende ao lado das largas tatuagens.

E como estranhas e quentes miragens que se fundem em ferro na carcaça

Fazendo-me a raça da (dês) graça, sem ao menos e ao muito me conhecer.

Então me camuflo confuso pra prosseguir animado e adiante;

O coração em reação está imundo, mas não carece cárcere ou morrer.

Já fui torto/morto por dentro – desfavor do pavor de outrora;

Quase finado/afinado por fora – vários prévios instantes do ontem.

Um adendo por dentro; um dedo na roleta russa do desgosto...

Vejo seu riso no rosto (posto e imposto), no alvedrio da bala.

Os gritos e falas (nos rompantes), em um minuto se calam;

Apontado ao ávido ouvido e ao som do breve estampido:

O ínfimo no infinito de guarda aguarda o prisioneiro deposto.

André Anlub