A vida me aguarda lá fora

Não tenho muito que me alegrar.

Não fui famosa.

Não entrei no BBB (o que seria uma insanidade total).

Não escrevi uma livro.

Não fui bonita nem desejada.

Ou seja, minha vida aos olhos de outrem foi sem graça e comum.

Realmente, não fui nada disso e tampouco o queria ser, sinceramente.

Prefiro minha vida comum a uma vida de confete e falsidade.

Fui feliz em alguns momentos e tristes em muitos mais.

Mas não quero mais me lamentar mesmo porque não adiantaria nada.

Não tenho mais de que.

Se o sábia de minha terra voou para longe, ficou-me o bem-te-vi e o quero-quero.

Se o amor acabou (não significa que deixou de existir), fica o estamos aí.

O amor é como a gente, pode mudar de endereço, mas em si mesmo, conservar-se no que é essencial.

Eu tenho o barro dos meus pés, a grama do jardim, o azul do céu...

Enfim, a vida me aguarda lá fora.

O meu tempo não se mede em relógios e não posso mais ocupar o mesmo espaço.

E mais...

Tenho-me a mim mesmo.

Belinda Oliver
Enviado por Belinda Oliver em 22/07/2015
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