Meditando a paciência

Tenho que ter paciência

a existência é efêmera

os sentimentos também

sou muito além do corpo

muito além do nome

nasci em reticências

e vou morrer em perguntas

quero o que há de belo

o que não se vê

quero o sabor da vida na minha boca

estou habitado no silêncio

e senti um leve roçar do grito

arrepiei-me todo

e percebi que havia algo que antes não tinha visto

percebi que não posso ser nesse mundo

não posso ser quem eu sou!

se eu fosse quem sou

não saberia poder onde começar

nem saberia se me reconheceria

apenas viveria em vão

em combustão do que eu fora

do que fingira ser

fingir ser eu por muito tempo

estou começando a morrer

quem sabe assim renasço

e no final das contas tenho paciência

paciência em descobrir quem sou...