O HINO DA LIBERDADE

(HOFFAMANN VON FALLERSLEBEN)

Paráfrase do alemão.

"Was hande bauten,Roennen Hande stuerzen."

"Das Haus der Freiheit hat uns Gott gegruendet."

(SCHILLIER. Wilhelm Tell, I A. 3 Sc).

Viva tudo que é livre - odeie ou ame -

Viva tudo que luta neste mundo

Da liberdade em prol!

Que fala e canta pela Liberdade,

Que pela Liberdade sofre e morre,

Na treva, à luz do sol!

Sem Ela que é a Terra? - um calabouço.

Saúde e paz sem Ela haver não pode:

É como o pão e o ar.

Quem faz nascer a luz e o Bem fecunda?

Quem a alma vil dos déspotas conturba,

Quando lhes cruza o olhar?

Tudo quer livre ser - gorjeie ou ruja -

Definham, morrem, quando alguém os tranca

- Colibris e leões -

E aquele que Deus fez á sua imagem

Como pode viver tendo nos pulsos

Estúpidos grilhões?

Essas pompas sem fim do povo louco

Sagrando reis, da Liberdade à custa,

Fazem-me apenas rir...

Os honestos farrapos da indigência,

O negro pão comido sem remorsos

Sempre hei de preferir...

Sim! quero respirar, viver sem peias,

Livre como a ave que á vontade pousa

No paço e na prisão;

Para poder, alegre, aos quatro ventos,

Quadras primaveris cantarolando

Abrir meu coração!

A liberdade tem por gládio - a Idéia

E por escudo a lei que não se rasga:

A Lei universal!

Ninguém pode tolher-lhe o altivo passo,

Ninguém lhe pode amordaçar o Verbo

Sonoro e triunfal.

É a alma de minha alma - a Liberdade -

Meu ideal, meu sonho, meu futuro,

Minha aspirações!

É a canção que me perfume a boca,

A palavra - clarim do pensamento -

Que arrasta as multidões!

Maldição sobre a raça dos tiranos

E dos escravos, que do pó não sabem

A fonte levantar!

Todo o meu sangue pela Liberdade,

-A linda noiva que hei de até a morte

Defender e adorar!

Viva tudo que é livre - odeie ou ame -

Viva tudo que luta neste mundo

Da Liberdade em prol!

Que fala e canta pela Liberdade,

Que pela Liberdade sofre e morre

Na treva, á luz do sol!

13 de maio de 1899.

DR. EGAS MONIZ BARRETO DE ARAGÃO (PÉTHION DE VILLAR)
Enviado por Francisco Atila Moniz de Aragão em 11/07/2015
Reeditado em 11/07/2015
Código do texto: T5307147
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