Sem mapa
Andei a pé pelas ruas da cidade
Observando a luz da lua, e só!
As estrelas, preocupadas,
se juntaram como guias.
Mesmo assim, fui atrás de mim
pra assegurar que meus passos
Não acabassem na próxima esquina.
Os canteiros da avenida
Se falassem, certamente,
Pediriam que por obséquio
Eu deixasse de ser débil e
Voltasse a andar sobre a rua de paralelepidos.
E os coqueiros, também
Não ficariam calados.
Insultariam a minha serenata
de lamúrias e reflexões
Interminaveis!
Fiquei cego uma ou duas vezes
com os faróis dos carros.
Pra não cair, me apoiei ao frio.
O frio!
Talvez, fosse ele um bom companheiro
Mas, optei por ser hostil e expulsa-ló
Do meu psicológico.
Também, talvez, pode ser que eu
tenha sido sensato ao fazê-lo
já que meu psicológico
não apresentava nada de São.
Enfim, expulsei o e continuei
vagando sem rumo, sem mapa,
a procura de mim.
- H. M. B -