SEREIA (EC)
Distraído olhava o mar
Num repente, seu sonhar
Deixou-se perder
No horizonte ao ver
Ar terno de candura
Encantadora figura
Pela lua iluminada
E a noite estrelada
A completar a fantasia:
Prazeres do amor teria
Parecia lhe acenar
Seu doce colo ofertar
Na ilusão fez viagem
Encheu-se de coragem
Agradeceu ao orixá
Pediu licença a Iemanjá
Muniu-se de toda sua fé
Lançou-se à maré
Guiado por uma Luz
Que só a paixão produz
Sentindo o pulsar da veia
Afastou-se da areia
Percebeu a cada braçada
Mais distante a amada
Mas, por maior seja a razão
Qual resiste à força da paixão?
As ondas em sua dança
Por ciúme ou por vingança
Embalançavam com malícia
Fingindo a plena carícia
Da mulher enamorada
Com a sedução a lhe envolver
Rápido veio-lhe o adormecer
Mal findou a madrugada
A rede de um pescador
Trouxe o homem sem cor
Ressurgiu na aldeia antigos medos
Teria a Sereia em seus segredos
Feito outra vítima de seu encanto?
Longe... melodioso canto
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Este texto faz parte do Exercício Criativo - Nadou, Nadou e Morreu na Praia
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