Ritual 01

A alma fria aos poucos se esvai na tumba rasa.

A sobrançaria de um corpo amorfo, Frio a caminho.

Um tétrico e catastrófico formal o acompanha

Cânticos diferentes numa multidão de vozes.

Ovações, delírios hilários a homenagear o féretro

Engraçados gritos na tarde nebulosa deste infausto

Na cova baixa permanece a alma em aguardo consolo

Numa espera que atrasa o funeral lúgubre que chega

A insanidade em sua temperança mórbida, aguarda!

Pelo final do esquife medonho, em ritual ovacionado

Impactadas corujas e gralhas assistem e dão risadas

No campo santo a cerimônia funesta desliza a campa.                 

Nilópolis, 28/05/2015.