CORPOS ÁVIDOS
Longos cabelos negros
Se embaralham e se misturam
Parecendo conversa de gregos
Colando nos corpos que se amam
Braços suaves e morenos
Abraçam ruivos fortes braços
Pernas se enlaçam em suores amenos
De pudores não existem traços
Suprimidos embaços
Ventres sintonizados
Ardem numa carícia arrebatadora
Humores, cálidos e eletrizados
Não dá pra saber se é dominado ou dominadora
A paixão premente eclode
Absoluto furor carnal
Com esse ritmo, nem o diabo pode
Consoante conluio animal
Cumplicidade sexual
Depois de diversos combates
Guerreiros em adormecido desterro, profundo
Repousam lado a lado, íntimos, úmidos, quentes
Plácidos e surdos, dormem, poderia se apagar o mundo
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 17 de maio de 2015.