de tempos em tempos
de tempos em tempos,
morro nessas linhas -
desovo meus lamentos
e todas angústias minhas.
os incômodos, documento,
com bem frívolo linguajar
pra afastar os tormentos
e, assim, me reinventar.
a cada estrófe fragmentos
se esfarelam, em decadência;
sentir dor é suplemento
pra quem vive com urgência.
não são bem-vindos os lentos,
que vivem esmolando abrigo –
sempre com olhos atentos
mas nunca entendem o que digo.
a angústia é meu alimento,
e isso aqui é grito de socorro;
relato inquietantes momentos,
detenho estrondoso esporro.