não há mais tempos pra enganos

não há mais tempo pra enganos,

sou "tão jovem e já com ferrugem".

o passado entupiu-me os canos

e logo, oxidou toda engrenagem.

escapei dos becos mundanos

à caça de dias sem camuflagem;

afastei-me dos centros urbanos

em busca de uma nova linguagem.

me desfaço dos mesmos panos

e produzo uma aveludada pelugem.

atrás, severo inverno e seus danos;

à frente, mês de buquês e folhagem.

junto - o maior dos meus planos -,

levo ele, que é tão dócil e jovem.

ainda rejuvenescerei uns dez anos

e florescerei, em sua homenagem...

Marcio Evair
Enviado por Marcio Evair em 07/04/2015
Código do texto: T5197640
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