não há mais tempos pra enganos
não há mais tempo pra enganos,
sou "tão jovem e já com ferrugem".
o passado entupiu-me os canos
e logo, oxidou toda engrenagem.
escapei dos becos mundanos
à caça de dias sem camuflagem;
afastei-me dos centros urbanos
em busca de uma nova linguagem.
me desfaço dos mesmos panos
e produzo uma aveludada pelugem.
atrás, severo inverno e seus danos;
à frente, mês de buquês e folhagem.
junto - o maior dos meus planos -,
levo ele, que é tão dócil e jovem.
ainda rejuvenescerei uns dez anos
e florescerei, em sua homenagem...