SONHO
Naquela noite subi o tom,
em meus pensamentos havia um barulhinho bom.
Entoavas-me com soneto feminil,
suavizando os sentidos, mas deixando o peito febril.
Retrocedia-me ao tempo de criança,
trazendo paz, total liberdade e confiança.
Ludicamente fez-me dançar,
transpondo o tempo, fomos tudo e todo o lugar.
Nada havia lá fora,
toda vida era aqui, eu você e o agora.
Não dependia de nenhum sentido,
tu eras meus olhos, mãos, boca, nariz e ouvidos.
Ah, aquela noite... você foi minha cura,
felicidade, sorriso e prazer, foi a dama que me depura.
Com volúpia foste-me marcante,
em tal singeleza, construíste meu mundo n’um só instante.
Kelver Orozimbo
05/04/2013