Moças do Bordel
Cativam em suas loucuras, seus cheiros, seus jeitos
Sinto em cada olhar traiçoeiro um amor reprimido
Uma luva calçando sua aparência real
Despindo seus dias, suas horas, seus minutos
Em troca de algumas notas e de muitas promessas
Seria vivo se me conformasse com os sorrisos prisioneiros
Mas não entendo os motivos do destino
Que separam as joias raras e as entregam para pobres miseráveis
Lobos carnívoros e desonrados que se esquecem dos princípios
Colocando preço em suas princesas, pecadoras sorridentes
Anjos caídos, com o mesmo brilho de quando estavam em pé
Os algozes, endinheirados ou endividados, fazem o sinal da cruz
e, por fim, concluem o seu pecado.
Olávio Mareli
P.S. Esse poema está contido dentro de um romance cujo principal personagem é Olávio Mareli. O livro ainda não está concluído, estou trabalhando nele a quase três anos, nos poucos espaços de tempo que encontro para escrever. Espero conclui-lo em breve, dando vida e biografia a um pseudônimo que me acompanha há quase dez anos e para mim é tão real como qualquer amigo.